Muito. Pode ter certeza.
O cliente que contrata uma agência de comunicação quer, justamente, atrair a sua atenção seja você um consumidor final, investidor ou possível parceiro. O mesmo vale para a empresa que abre uma conta em qualquer rede social ou faz anúncio em um ponto de ônibus, por exemplo.
As vésperas de uma eleição, todo candidato também quer atrair sua atenção para conquistar seu voto. E você sabia que, agora em 2024, metade da população mundial votará em nível nacional ou regional?
E onde todos nós estamos? Se não estamos mais na praça pública, estamos nas redes sociais.
A vida digital já se tornou parte fundamental da nossa existência e a internet é ferramenta de poder sem precedentes para a comunicação e a disseminação do conhecimento. Tudo acontece ali. E não é a toa, portanto, que muitos países em todo o mundo têm atuado para regular as redes sociais. Afinal, elas também precisam de regras básicas de funcionamento social para se manter confiáveis e proteger os direitos individuais e coletivos de todos.
Segundo um levantamento global do provedor Proxyrack, o brasileiro passa, em média, 9 horas e 32 minutos por dia na internet. Com isso, o País é o segundo com mais horas diárias gastas na web em todo o mundo, ficando somente atrás da África do Sul (9h38min). A média mundial é de 6 horas e 58 minutos por dia. O Brasil também é destaque por ser um dos mais assíduos nas redes sociais. O estudo aponta o País na segunda posição entre as nações com maior número de plataformas utilizadas por mês.
Diante desse cenário, fica mais fácil entender porque a discussão sobre regulamentação gera tanta polêmica. A guerra também é – e sempre foi – de narrativas. E não seria diferente nas redes sociais.
No começo de abril, por exemplo, um grupo de atores políticos e mídia de direita aqui no Brasil usou uma postagem de Elon Musk para reforçar uma narrativa de censura, autoritarismo e perseguição política por parte do Judiciário brasileiro. Mais recentemente, Musk atacou a Austrália, depois que um tribunal ordenou que o “X” (antigo Twitter) retirasse do ar publicações que mostravam o vídeo de um ataque no qual um adolescente foi acusado de terrorismo por esfaquear um padre assírio e outras pessoas.
Mas, ao mesmo tempo, Musk nunca criticou publicamente o governo indiano, cujo primeiro ministro tem sido acusado de investir contra as liberdades digitais. Lá, ele cumpriu centenas de ordens de remoção de conteúdo sem reclamar. Terceiro maior mercado automotivo do mundo, a Índia deve receber um investimento de mais de US$ 2 bilhões da Tesla, principalmente para a construção de uma nova fábrica.
Portanto, embora nem toda comunicação tenha um interesse oculto, engano ou manipulativo, é importante reconhecer que toda forma de expressão está enraizada nas experiências, valores e perspectivas do seu criador, do seu emissor. E nós, cuja atenção estão todos brigando para ter, precisamos analisar criticamente a comunicação e considerar seus contextos para compreender completamente seu impacto e significado.
É nesse cenário que a tendência global “parece ser a busca por um equilíbrio entre a responsabilização das plataformas e a preservação dos direitos fundamentais dos usuários, particularmente a liberdade de expressão”, disse a advogada Yasmin Curzi, professora da FGV Direito Rio, em entrevista a CNN. “Mas com uma ênfase crescente em deveres de transparência e na responsabilidade das big techs, como com deveres de cuidado e diligência”.
Aqui na GWA a gente sempre bateu na tecla da transparência, de que a comunicação deve ser transparente e ética. E ela que, ao longo do tempo, gera confiança.
Vamos tomar como exemplo a notícia recente de que o Google que vai proibir a veiculação de anúncios políticos no Brasil para as eleições municipais de 2024. Segundo a empresa, a decisão se baseia na nova resolução do Tribunal Superior Eleitoral, que traz uma série de regras sobre veiculação de publicidade de candidatos e partidos. Entre outras coisas, a regra estabelece que devem ser fornecidos os valores, os responsáveis pelo pagamento e as características dos grupos populacionais que compõem a audiência da publicidade contratada. O TSE também determinou que as empresas disponibilizem um mecanismo em que a consulta seja “acessível e de fácil manejo, que permita realizar busca avançada nos dados do repositório” de anúncios.
Em uma sociedade em que as plataformas digitais têm se tornado o principal meio de comunicação, decisões sobre discurso devem ser transparentes e baseadas no devido processo legal. Regras claras podem fortalecer a democracia, permitindo que mais pessoas tenham espaço de fala. Se até outro dia se dizia que o jornalismo era o quarto poder por causa do seu papel crucial em equilibrar os três poderes estabelecidos, hoje em dia, as redes sociais ampliaram esse poder para todos nós.
O debate é complexo e mostra o quanto as narrativas são importantes, ainda que se saiba que são formas de comunicação que contam uma história ou relatos de eventos sob um ponto de vista específico.
Portanto, quanto mais informação houver, quanto mais se souber sobre quem conta, de onde conta e por que conta, mais críticos poderemos ser para formamos nossa própria opinião.
E isso é ainda mais importante quando nos damos conta de que nós somos o alvo.
Como nós aqui da GWA sempre acreditamos: transparência com responsabilidade é tudo!