25 de julho de 2024

O que é Pauta, de fato?

Recentemente, a timeline do Linkedin do pessoal da comunicação ficou repleta de posts de, por um lado, jornalistas de redação comentando a quantidade absurda de mensagens e releases que recebem diariamente dos assessores, e, por outro, assessores falando sobre a dificuldade de conversar e receber respostas dos jornalistas. 

No centro de toda essa discussão está a pauta! Ou o que interessa de fato.

Aqui na GWA, a gente usa o RIPA para definir o que é uma boa pauta. Afinal, o que transforma um fato numa pauta é o cumprimento de critérios jornalísticos de relevância, ineditismo, proximidade e atualidade. Uma coisa pode ser muito bacana para a sua empresa e ainda assim não fazer sentido para uma revista ou jornal.

Daí, partindo do princípio de que depois dessa primeira avaliação, sim, sua ideia é uma pauta, algumas dicas podem ajudar na hora de vendê-la para os jornalistas de redação.

Construir bons relacionamentos – ainda que, em alguns casos, seja difícil quebrar essa barreira (seja porque ninguém mais atende ao telefone na redação, ou não está na redação, ou não dá conta de responder tudo o que recebe), é fundamental conhecer os jornalistas e não apenas bombardeá-los de mensagens e e-mails. Parece inacreditável que seja preciso dizer isso hoje em dia, mas é importante ser educado, prestativo, respeitar os horários de trabalho, dias de descanso e entender que esse é um trabalho de mão dupla. Não tenha dúvidas de que simpatia, educação e competência chamam atenção no meio da multidão.

O Poder da concisão

No jornalismo, a concisão é uma virtude. As pautas devem ser claras e objetivas, permitindo que os jornalistas compreendam rapidamente a essência da história. De acordo com um artigo da Columbia Journalism Review, a capacidade de resumir uma ideia complexa em poucas palavras, é uma habilidade crucial no ambiente jornalístico. Isso se torna ainda mais relevante quando a atenção está sendo muito disputada. Se o jornalista recebe centenas de e-mails, será que ele vai ter tempo de ler aquela sua sugestão que tem duas páginas de Word?

Não confunda concisão com simplicidade!

Não é porque você está escrevendo pouco que precisa escrever mal. E mal em todos os sentidos. Nem errado nem “vazio”. Mande uma pauta completa, com dados, fontes e até personagens, se houver. E lembre-se que você não está fazendo uma propaganda, mas sugerindo uma pauta.

Esteja atento ao momento e ao veículo!

A pauta é uma espécie de Zeitgeist e reflete o espirito do tempo. Portanto, existe um timing certo, o momento ideal para vendê-la. É importante estar atento ao cenário, a conjuntura. Apenas como exemplo, em meio às enchentes no Rio Grande do Sul, não fazia sentido vender uma pauta sobre uma parceria comercial no Estado. Procure ser pertinente. E, mais do que isso, não seja o inconveniente.

Tanto importante quanto olhar o macro, é pensar no micro. Para qual veículo você vai vender aquela pauta? Ele tem falado sobre o assunto? Falou ontem? Se falou ontem, você está sugerindo algo a mais, outro ponto de vista, acrescentando uma informação? Se aquilo que você está vendendo é quente, bem quente, muito atual, vale vender para um veículo mensal?

Uma boa pauta é aquela que está em sintonia com o momento presente, abordando temas que são relevantes no agora. A rapidez com que uma pauta é executada pode determinar, muitas vezes, seu sucesso ou fracasso.

As pautas que abordam questões locais ou regionais tendem a gerar maior interesse, devido à proximidade geográfica. Este princípio, conhecido como “notícia próxima”, destaca a importância de cobrir eventos e histórias que afetam diretamente a comunidade do público-alvo.

A tarefa de ofertar uma pauta não é simples. Ela requer um equilíbrio tremendo e variáveis diversas. Em paralelo, é nosso papel também, como assessorias e assessores, educar e alinhar expectativas do cliente sobre a imprensa, mas isso é assunto para outro post por aqui.

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