24 de outubro de 2024

A importância de se consumir noticias e como fazer isso de forma saudável

Recentemente, a gente comentou sobre isso e falou da pesquisa do Reuters Institute Digital News Report de 2024, que mostra que metade dos brasileiros evita ver ou ler notícias. Hoje, no entanto, vimos uma entrevista do Benjamin Toff, um dos principais especialistas no assunto e líder do projeto Trust in News, e resolvemos abordar o assunto de novo, porque vale a pena!  

Tanto lá nos Estados Unidos quanto no Brasil, estamos em período de eleições. Lá para Presidente e, aqui, teremos o segundo turno na disputa pelo cargo de prefeito no próximo final de semana. E na matéria fala justamente sobre esse contexto: como esse movimento de evitar ler notícias pode moldar as eleições, como os candidatos alcançam essas pessoas e como os veículos de mídia estão se mexendo para isso também. 

Toff fala dos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, diferentemente do que acontece aqui no Brasil, mas se pensarmos que todas as nossas decisões diárias – não apenas o fato, mas decisões de compra mesmo – são políticas, ficamos imaginando que a falta de interesse nas notícias tem um impacto não apenas na forma como a gente se comunica, mas também na forma como consumimos e exercemos nossa cidadania. A nossa sociedade é moldada pelas escolhas que fazemos, incluindo quem elegemos e como gastamos o nosso dinheiro. Como fazemos escolhas – quaisquer que sejam elas – sem informações completas e precisas?

E é interessante perceber como as coisas estão conectadas, e como as ideias vão ganhando forma e corpo quanto mais a gente lê e conversa sobre. No último post aqui do nosso Blog, o Guilherme Ravache comentou que a eleição passada foi do Whatsapp e, este ano, foi dos cortes, do Instagram e outras redes sociais. E faz sentido, porque os candidatos – e aqui você, também, pode ler empresas, marcas – precisam estar onde as pessoas estão.

Outra coisa interessante que o Toff comenta é que muitas pessoas dizem que encontram as notícias quando acessam as redes sociais e que não sentem necessidade, portanto, de desenvolver um hábito regular de leitura. Mas as coisas têm mudado (e não necessariamente pra melhor). Nos últimos anos, as plataformas digitais se reorientaram e deixaram de entregar muitas notícias. E, aqui, também começamos a entrar na seara das fake news, da desinformação, da própria descontextualizarão. Como na brincadeira do telefone sem fio, esses pedaços de notícias podem mudar bastante desde a origem!

E aproveitando que boa parte das soluções para essas questões mais atuais – não ler, ou só ler coisas curtas, cortes, conteúdo superficial, fake news, desinformação – passam pela educação midiática, pela educação em si, vamos compartilhar três dicas que encontramos no site da Universidade do Estado da Pensilvânia para consumir notícias de forma saudável (sem se sentir ansioso, ou sobrecarregado, por exemplo):

  • Organize seu feed de notícias assinando podcasts e/ou boletins informativos por e-mail em que você confia. Ao selecionar algumas fontes confiáveis ​​de notícias, você pode interagir ativamente com elas, sem se sentir sobrecarregado de informações;
  • Diversifique seu consumo de notícias buscando mais de uma fonte para não ficar tão esgotado pelas mesmas histórias e perspectivas;
  • Modere o consumo de notícias para que você tenha menos probabilidade de ficar sobrecarregado ou esgotado. Você pode verificar as notícias apenas em determinados horários do dia ou por um determinado período de tempo.

Referência

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest